“O que detectamos em análise, ainda preliminar, é um verdadeiro assalto aos cofres públicos”, diz a Delegada que comanda o caso em documento enviado a justiça e que pedia a prorrogação dos afastamentos.

Deu ruim: Celulares e planilhas incriminam grupo acusado de esquemas fraudulentos na Prefeitura de Florianópolis – Foto PCSC

A Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Investigação de Crimes Ambientais e Crimes contra Relações de Consumo da Diretoria Estadual de Investigações Criminais, representou pela manutenção do afastamento dos cargos públicos ocupados por três investigados na operação “Presságio”. São Eles: O ex-Secretário de Turismo de Florianópolis, Ed Pereira e Fábio Braga. ste segundo que comandava a Secretaria de Meio Ambiente da Capital. Além deles, Samantha dos Santos Brose, esposa de Ed, que é assessora parlamentar do vereador Marquinhos (PSC), também teve seu afastamento as funções prorrogado.

A decisão foi motivada após análise preliminar do material apreendido no cumprimento das buscas, realizadas no dia 18/01/2024, a Delegada de Polícia que preside a investigação representou pela prorrogação do período de afastamento do cargo público em relação a três investigados, o que foi deferido pelo juízo, após aquiescência do Ministério Público. Foi determinante o que a PC encontrou em um dos telefones celulares apreendidos. Nele havias trocas de mensagens entre os acusados que mostram como agia o grupo por meio de tratativas ilicitas.

Inicialmente a decisão judicial estabeleceu 30 dias de afastamento, entretanto, os novos elementos apresentados pela Polícia Civil subsidiou a nova decisão judicial, proferida na data de 19/02/2024, que estendeu o prazo de afastamento até o término da investigação.

Relembrando que a Operação Presságio visa apurar a suposta prática de crime ambiental de poluição, fraude à licitação, corrupção passiva, corrupção ativa, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, perpetrados, em tese, por agentes públicos, em conluio com particulares.

A investigação segue em andamento e para evitar qualquer prejuízo no seu desfecho, demais informações serão repassadas oportunamente.

Novas provas

O telefone apreendido e que resultou na prorrogação dos afastamentos é de Renê Raul Justino, diretor de projetos da Fundação Franklin Cascaes, que é subordinada à Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte, comandada até então por Ed Pereira.

As informações apontam que foram 3,3 mil conversas pelo aplicativo WhatsApp e mais de 183 mil mensagens trocadas por meio do celular apreendido.

Em uma dessas conversas a policia encontrou um dialogo entre Renê e um promotor de lutas. Segue a transcrição:

“Cara, como é que é, o ED ia precisar em torno de 60, 70 pau, tá ligado? Esse é o grande lance dele, isso limpo né. Então qual era o grande lance do evento, fazer o evento entre 150 e 120 pila, sacou? Porquê daí o que que acontece, ah vamos supor que é 150, tá ligado, 75 pra realização do evento, 75 pro ED”, diz Renê no áudio divulgado pela investigação” (trechos escritos conforme as transcrições relatadas no documento da Polícia Civil).

O dinheiro segundo Renê seria para Ed pagar contas pessoais atrasadas, como mostra outro trecho da conversa baixo.

“(…) Esses setenta pau pro ED limpo, ele paga boa parte do que ele precisa, sabe? Porque ele tá pagando dívida de campanha né, ele vai pagar a gráfica, que era 20 pau da gráfica e vai jogar 50 pau pro cunhado dele, que ele deve 300 pau pro cunhado dele! Por favor, esse áudio não pode sair daqui.”

A investigação também aponta que uma Organização Social com o nome Instituto Bem Possível que seria administrada por Ed Pereira também estaria envolvida em esquemas ilicitos. Os policias Civis também encontraram uma planilha de pagamentos com nomes de pessoas ligadas aos pagamentos fraudulentos. Nesse caso notas eram emitidas de serviços que nunca foram prestados com um único propósito: Angariar e dividir lucros criminosos. Nesse caso a conta usada para receber os valores seria de Renê, que depois fazia o rateio entre os participantes da fraude.

Já a esposa de Ed, Samantha Brose, teria recebido em sua conta pessoal o repasse da OS do marido no valor de R$ 14,7 mil reais.

Estacionamento Fenaostra

Em outra suposta ação criminosa Renê e Ed montaram um estacionamento privado em evento público com o mesmo fim: arecadação ilicita de dinheiro com fins pessoais. Mas a Policiais Militares que faziam a segurança no evento estranharam o estacionamento o que gerou preocupação por parte de Renê. Em uma conversa entre os dois a PC encontrou o seguinte dialogo entre a dupla:

“Os caras queriam saber de quem era o estacionamento, se era particular, se era privado, se tinha maquininha, se a maquininha estava tirando o comprovante, se sai em nome da prefeitura se sai de privado, particular, ele mandou tirar cone da pista, pra deixar só um ou dois aqui. Mandou também é, diz que vai mandar pra cima para ver de quem é esse estacionamento, pra quem que tá indo, pra ver pra quem que tá arrecadando, que pode ser corrupção, e pa pa pa”.

A investigação apurou ainda que foram moradores de rua que usam a Passarela Nego Quirido no Projeto de Acolhimneto da Prefeitura de Florianópolis que foram os responsáveis por cuidar do estacionamento, o que teria chamado ainda mais a atenção dos PMs que questionaram Renê.

Planilha liga Fábio Braga

O trabalho da PC localizou uma outra planilha onde o então secretário de Meio Ambiente de Florianópolis, Fábio Gomes Braga. No documento Braga aparece ao lado de nomes que seriam beneficiados com Projetos Sociais por meio de verbas públicas que seriam aplicadas pela Secretaria de Turismo, Cultura e Erspórte de Florianópolis, que tinha no comando Ed Pereira.

Defesa dos Acusados

Todos os acusados, por meio de seus advogados, disseram que ainda estão analisando ou ainda não tiveram acesso a investigação da Policia Civil.

A defesa de Fabio Braga, afirma que os fatos investigados ocorreram antes de sua entrada na pasta e que alertou para a necesidade de licitação e que a planilha encontrada em um smartfhone são ilações e que as conversad no grupo era realizada por lideranças politicas onde se tratava apenas dos Projetos Sociais e seus apoios.

A TV Portal São José se coloca a disposção para eventuais contrapontos dos citados nessa matéria.

Por Beto Motta – Jornalista Certificado – com informações da Polícia Civil/SC

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