
Edmilson Pereira, ex-secretário de Turismo de Florianópolis e outras quatro pessoas foram presas na manhã dessa quarta-feira (29/5).
As prisões foram desencadeadas pela Polícia Civil na segunda fase da Operação Presságio. Estão à frente da operação de hoje Delegacia de Investigação de Crimes Ambientais e Crimes contra as relações de Consumo (DCAC) a Diretoria Estadual de Investigação Criminal (Deic). Ao todo foram expedidos quatro mandados de prisão e mais nove de busca e apreensão nas cidades de Florianópolis, Balneário Camboriú e Palhoça.
Prisão
As prisões decorrem dos materiais que foram apreendidos na primeira fase da operação em 2023. Em celulares dos suspeitos de desviarem verba pública foi possível identificar áudios de supostas negociações ilícitas entre agentes públicos e empresário, com anuência de dois secretários municipais, Ed Pereira, como é conhecido do Turismo e Fábio Braga, Meio Ambiente, ambos afastados do cargo por determinação judicial em janeiro deste ano.
Investigação
A investigação dos fatos, iniciou em janeiro de 2021, com a denúncia de que a empresa de coleta de lixo terceirizada, a Amazon Fort, de Rondônia, contratada com dispensa de licitação, teria feito poluição ambiental ao descartar resíduos no terreno aos fundos da passarela Nego Quirido, com autorização, segundo as investigações de Lucas Arruda Barros, a época presidente da Comcap. Lucas ainda é acusado de contratar uma empresa terceirizada para que um terreno fosse usado no intuito de facilitar a logística de trabalho no Norte da ilha da Amazon Fort. Com a quebra de sigilo bancário, na primeira fase da operação, a polícia descobriu que Lucas movimentou em sua conta bancária cerca de R$ 2.714.624,95. O que seria incompatível com sua renda de 10 mil reais mensais de salário. Ele nega as acusações.
Já Fábio Braga, teria sido o responsável pela assinatura dos três novos contratos com a Amazon Fort, todos com dispensa de licitação e de forma emergencial, o que chamou a atenção do Tribunal de Contas que passou a pedir que a prefeitura de Florianópolis revisse o procedimento, o que só foi feito depois que a imprensa divulgou a Operação Presságio. Na época o Prefeito de Florianópolis Topázio Neto, disse que não havia irregularidade no contrato com a Amazon Fort e que o contrato foi encerrado porque a empresa “não funcionava”.
As investigações mostraram também que os dois ex secretários tiveram contato direto com o empresário proprietário da Amazon Fort, Carlos Gilberto Xavier e que logo depois disso Ed Pereira, por meio de um laranja, identificado como Gilliard Osmar dos Santos, servidor da Câmara Municipal de Florianópolis, teria sido beneficiado com um repasse bancário no valor de R$ 49.990 vindo do próprio dono da Amazon.
René Raul Justino, que continua no cargo como Diretor de Projetos da Fundação Franklin Cascaes, ligada à Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer que era comandada por Edmilson, também teria recebido depósitos de R$ 16 mil. O montante, segundo apontou a investigação da polícia Civil, teria como destinatário final o ex-secretário de Turismo de Florianópolis.
Ed Pereira também teria usado as contas bancárias de sua esposa, Samantha Brose, para receber dinheiro de propina. Durante a quebra de sigilo bancário Samantha tinha no saldo R$ 324.745,17. O montante é incompatível, de acordo com a investigação, com sua renda de um salário-mínimo mensal.
Os policiais também levantaram que houve cinquenta e cinco depósitos em espécie, com valores baixos e que desobrigam a identificação do depositante, totalizando R$ 90.560,00. Essa é uma artimanha para fugir da fiscalização do Coaf, ligado ao banco Central e que monitora as transações financeiras.
Já Ed possuía 68 transações bancárias consideradas suspeitas no valor de R$ 870.513,80. Todas com valores baixos e muitas sem identificação do depositante. O salário dele como secretário de Turismo era de R$ 13.000,00.
O ex-secretário de turismo também é acusado de receber verba ilícita por meio do “Instituto Bem Possível. Para os investigadores a ONG, criada por Ed, servia para receber propina. De 2021 e 2023, a entidade recebeu em suas contas bancárias R$ 214 mil. O dinheiro seria oriundo da Fundação Municipal de Esportes, em um convênio firmado pelo acusado, agora ex-secretário de Turismo.
Contra-ponto
O Advogado de Ed Pereira disse que não vai se manifestar antes de ter acesso ao conteúdo do inquerito que levou a prisão de seu cliente hoje.
Fabio Braga afirmou em entrevistas no inicio desse ano que iria apresentar documentos que trariam a veracidade dos fatos e que não seria o responsavel de contratar a Amazon Fort. Segundo Braga, sua nomeação para o cargo só ocorreu um mês depois da assinatura do contrato com a empresa
Lucas Arruda, disse a época dos fatos, que o valor encontyrado em sua conta referia-se à venda de um apartamento familiar e que não foi o responsavel pela contratação da Amazon Fort.
Amazom Fort emitou nota a epoca dos fatos.
A AMAZON FORT, vem a público esclarecer as matérias que estão sendo veiculadas na imprensa local e Catarinense, em razão da OPERAÇÃO PRESSÁGIO, deflagrada pela Policia Civil do Estado de Santa Catarina em 18/01/2023. Com relação ao que está sendo veiculado e apurado, a AMAZON FORT irá colaborar para a devida elucidação dos fatos, sendo que os serviços prestados na capital do Estado de Santa Catarina, nos anos de 2021 e 2022, foram realizados com extremo grau de excelência e transparência, inclusive sendo atestado a capacidade técnica pela Secretaria do Meio Ambiente do Município. Não há qualquer crime a ser apurado, o que será devidamente esclarecido no momento oportuno. A AMAZON FORT reforça seu compromisso com a ética, legalidade e lisura em suas operações, permanecendo a disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais e mantendo-se à disposição das autoridades.
Os demais citados na matéria não foram localizados ou não se pronunciaram.
Por: TVP Grande Floripa
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