A eleição estadual para o governo de Santa Catarina está longe para os eleitores, mas para os prováveis candidatos, pelo menos para dois, ela já iniciou.
Por: Beto Motta
Duas forças partidárias e políticas estão no centro da disputa ao governo de Santa Catarina em 2026.
De um lado o atual governador do estado Jorginho Mello (PL), que é presidente do Partido Liberal, e de outro o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), que durante o fim de semana lançou sua pré-candidatura ao governo do estado.
As duas figuras públicas disputam a atenção do ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), que tem no estado um forte reduto eleitoral.
Em 2022 Bolsonaro recebeu, dos eleitores catarinenses, 62,21% das intenções de voto contra 29,54% de Lula (PT). O resultado da eleição para presidente no estado em percentagem de votos válidos no 1º turno demonstra a força da direita no estado.
E é justamente esse eleitor mais ao centro do tabuleiro eleitoral que deve decidir as eleições para o governo em 2026, assim como foi em 2022,m as agora sem o Partido dos Trabalhadores.
Em 2022 a direita já havia mostrado sua força com a eleição no segundo turno do então Senador da República, Jorginho Mello que obteve 70,69% dos votos válidos, enquanto Décio Lima (PT) ficou com 29,31%.
Mas ao que tudo indica esse cenário não deve se repetir nas eleições do próximo ano. Com essas configurações João Rodrigues e Jorginho Mello devem disputar o eleitorado estadual e um eventual segundo turno, caso haja.
Os dois gestores tem boas avaliações, mas nesse momento Jorginho Mello sai na frente, além de ter a caneta do governo, o que ajuda com o apoio aos prefeitos, tem atuado para compor com o maior número possível de partidos. Já fazem parde de seu governo o MDB e o PP está sendo cortejado.
Vale lembrar que o PL conquistou nas últimas eleições municipais 90 prefeituras dos 295 municípios do estado, o equivalente a 30,5%.
Já o partido do prefeito de Chapecó, o PSD, ficou em quarto lugar entre os partidos que mais elegeram prefeitos, porém ficou com duas das quatro cidades mais populosas do estado: a capital Florianópolis e São José, com as reeleições de Topázio Neto e Orvino Coelho de Ávila, respectivamente.
Nesse caso o PSD mostra que não está 100% com João Rodrigues. Durante as eleições a prefeito houve uma aproximação muito grande entre Topázio Neto e Jorginho Mello.
Essa fissura aberta e escancarada, além de desgaste, pode ficar ainda maior até as eleições de 2026 com outros prefeitos mudando seu apoio, independente da sigla partidária e migrando para as asas de Mello.
Já o prefeito de São José, Orvino Coelho de Ávila, está mais próximo do que nunca de João Rodrigues, uma vez que o ex deputado federal, trabalhou para a reeleição do prefeito de São José. Os dois se apoiam no eleitor da direita e por esse motivo tem um discurso alinhado com o Bolsonarismo.
Ainda do PSD e que pode ser um papel preponderante e decisivo vem o atual presidnete da Assembleia Legislativa, Deputado Julio Garcia (PSD). É ele quem pauta os projetos que vão a votação em plenário e também tem outras prerrogativas como indicar os relatores dos projetos de lei. Garcia parece estar mais alinhado com a candidatura de João rodrigues do que com a direita em si.
A aproximação de Jair Bolsonaro com alas do PSD catarinense em muitos momentos já levantou suspeitas de desgastes entre Jorginho Mello e a sua relação com o ex-presidente.
Contudo no último ano Bolsonaro tem demonstrado que seu candidato a governador em Santa Catarina nas eleições de 2026 é Jorginho Mello, uma vez que o ex senador de Santa Catarina é figura recorrente nos eventos ao lado dele.
Isso parece não incomodar o agora pré-candidato ao governo do estado João Rodrigues ,que disputa as atenções do Bolsonarismo catarinense e do próprio Jair Bolsonaro.
Mal acabou o carnaval e as eleições para o Governo de Santa Catarina, sem duvida nenhuma, já iniciaram.
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