Texto, em tom de desabafo, fala em decisão “acertada” da prefeitura e faz duras críticas ao sindicato da categoria a quem representação do comércio da Capital acusa de “insuflar” trabalhadores.

Greve pode ter afetado as vendas do Dia dos Namorados no centro da cidade (Foto: Arquivo)

A deflagração de greve pelos trabalhadores dos transporte coletivo urbano da Grande Florianópolis, na noite de quinta-feira (11/6), deixou não só os passageiros apreensivos, mas também os empresários do comércio.

Com essa notícia na véspera do Dia dos Namorados, considerada pelo setor um dos melhores dias sazonais de venda do ano, foi que os comerciantes foram para a cama. Muitos, é bem verdade nem dormiram. Alguns imaginando que funcionários iriam faltar ao trabalho por não conseguir chegar ao centro da cidade.

A grande maioria já imaginava um impacto negativo nas vendas caso se confirmasse o movimento grevista uma vez que muitas pessoas ou não conseguiriam vir ao centro já que utilizam o transporte coletivo ou ficariam com receio de enfrentar o trânsito em dia de greve, para quem tem carro próprio.

Apesar de não haver, segundo a representação oficial dos comerciantes, um levantamento das vendas do Dia dos Namorados de 2025 extra oficialmente para a reportagem da TV Portal Grande Floripa os relatos dos comerciantes e empresários foram de que o impacto das paralisações nas vendas foi prejudicial, principalmente para as compras de última hora.

Câmara dos Dirigentes Lojistas se manifesta

Por volta das 20h40m dessa quinta-feira (11/6) a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Florianópolis se manifestou por meio de uma nota divulgada pela assessoria da entidade.

Abaixo publicamos na íntegra o conteúdo da CDL/Florianópolis:

“A mais nova paralisação de serviço público indispensável à população, deflagrada na noite anterior por agremiação sindical que diz representar os profissionais de transporte público, é mais um motivo de preocupação aos empreendedores que, em meio aos incontáveis desafios diários, lutam para sobreviver e gerar oportunidades na Capital.

Acertada é a posição da Prefeitura em fazer cumprir o contrato de concessão firmado com as empresas que operam de forma consorciada, de modo a que honrem os compromissos assumidos para que o sistema de transporte coletivo não entre em colapso. E o motivo não poderia ser outro: nos últimos anos os trabalhadores que atuam nesse segmento são contemplados — corretamente, frise-se — com benefícios que vão além do ganho salarial em termos reais, benefícios esses inatingíveis para parcela significativa de trabalhadores de outros setores, até mesmo os da esfera pública. Isso é um fato incontestável.

No entanto, insuflados pelo peleguismo de classe, optaram pelo caminho da irresponsabilidade de uma forma até então não vista, ora reduzindo a frota em determinados cantos da cidade, ora simplesmente cruzando os braços nas horas cruciais do dia. Qualquer que seja o cenário, o estrago é o mesmo: milhares de cidadãos são privados de cumprir seus afazeres, consequentemente instalando-se o caos em toda a Grande Florianópolis.

Ao fim e ao cabo, a Capital e os Municípios vizinhos são vítimas de um verdadeiro terrorismo sindical. Não há outra forma de definir tamanha insensatez para com o cidadão e os setores produtivos, ainda mais em uma data importante para a economia da região (Dia dos Namorados).

Os setores produtivos, aqui representados pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Florianópolis e pelo Sindicato do Comércio Varejista de Florianópolis, exigem do Poder Público (tanto municipal quanto estadual) a adoção de providências duras e imediatas a fim de que essa ilegalidade seja prontamente coibida em respeito àqueles que, com o suor de seu trabalho, promovem o desenvolvimento social e econômico de toda a região impactada.

Diretorias da CDL de Florianópolis e do Sindilojas Florianópolis e Região”.

Greve Continua

Vale lembrar que a greve continua, mas até agora, noite de quinta-feira, não há nenhuma informação oficial do Sindicato dos trabalhadores dos transporte coletivo urbano sobre novas interrupções das linhas de ônibus.

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