Os números são alarmantes e evidenciam a necessidade de se discutir o tema e criar mais condições para que a violência contra as mulheres catarinenses diminua.

Até quando? Essa é a resposta que as mulheres de santa Catarina querem ouvir (Foto: Bruno Collaço / AGÊNCIA AL)

No ano de 2024, em Santa Catarina, 51 mulheres foram vítimas de feminicídio. Elas foram mortas por serem mulheres. Para honrar a memória delas e denunciar o alto número de assassinatos, a Procuradora da Mulher na Alesc, deputada Luciane Carminatti (PT), realizou, nesta quarta-feira (19), uma manifestação no Hall da Assembleia Legislativa.

Durante o ato, mulheres vestidas de preto colocaram 51 sapatos femininos vermelhos em frente à galeria de presidentes da Alesc, representando as vítimas. A instalação ainda contém a data do assassinato e a cidade catarinense onde cada mulher foi vítima de feminicídio. A intervenção permanece no Hall do Palácio até o fim do dia. As participantes também seguraram uma faixa que questionava: “Por que matam as mulheres?”.

Para a deputada Luciane Carminatti, não basta falar do mês de março, conhecido como “o mês da mulher”, apenas enaltecendo a importância das mulheres. “Isso nós já sabemos”, afirmou. De acordo com a parlamentar, a manifestação denuncia uma questão grave que vem sendo ignorada pelos poderes públicos.

51 pares de calçados femininos foram enfileirados no hall de entrada da Alesc para relembrar às mulheres mortas em 2024 no estado ((Foto: Bruno Collaço / AGÊNCIA AL)

“O que estamos dizendo e denunciando é que não dá para conviver como se nada estivesse acontecendo. Santa Catarina é um estado com receita em crescimento, um estado empreendedor, um estado de pleno emprego e que se diz referência em segurança para o país, mas onde 51 mulheres foram assassinadas e 30 mil mulheres pediram proteção para não serem assassinadas”, declarou Carminatti.

Os dados citados pela deputada e que motivaram o ato são disponibilizados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de Santa Catarina. No entanto, há falhas no registro desses dados, segundo Bia Vargas, que também participou da manifestação. A militante do movimento negro criticou a ausência do registro de raça nas informações sobre violência contra a mulher disponibilizadas pela Secretaria de Estado de Segurança Pública.

“A gente ainda tem como falha aqui em Santa Catarina a falta desse recorte racial,  para que a gente possa produzir as políticas públicas com efetividade. Só neste ano de 2025,  mais de 5 mil medidas protetivas foram solicitadas. Dessas 5 mil, quantas mulheres negras são? A gente não sabe”, explicou ela.

Por: TV Portal Grande Floripa

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