Audiência Pública debate proibição de motos na Ponte Pênsil da Barra da Lagoa

O encontro, promovido pela Comissão de Viação, Obras Públicas e Urbanismo a pedido do presidente da Casa, vereador João Cobalchini (MDB), reuniu representantes da prefeitura, vereadores, autoridades e lideranças locais.

Moradores da Prainha, na Barra da Lagoa, participaram de uma audiência pública na Câmara Municipal na tarde desta quinta-feira (7/8) para debater a proibição do tráfego de motocicletas na Ponte Pênsil, principal via de acesso à região, e os problemas de infraestrutura que afetam a comunidade.

Durante a reunião, os moradores relataram as dificuldades causadas pela restrição, como a impossibilidade de receber entregas essenciais, incluindo água, gás, medicamentos e alimentos, e a falta de manutenção da estrutura. A Ponte Pênsil é o único acesso à Prainha da Barra, e, por mais de dez anos, o tráfego de motos de serviço era permitido sem incidentes.

A secretária adjunta de Segurança e Ordem Pública, Janaina Rosa Brostolin, representando a prefeitura, explicou que a antiga sinalização que autorizava a circulação de motos era irregular. Segundo ela, a ponte é classificada como passarela e, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a circulação de veículos no local configura infração gravíssima, sujeita a multa e pontos na carteira.

A justificativa, no entanto, foi criticada pela comunidade. Gilson Manoel Bittencourt, presidente do Conselho Comunitário da Barra da Lagoa e morador da Prainha há 69 anos, lamentou a falta de diálogo prévio. “Permitiram por 30 anos, nunca houve acidente. De repente, cortaram o direito de quem mora ali”, disse. Ele defendeu a retomada imediata do tráfego de motos para serviços essenciais e cobrou um projeto para uma nova ponte que garanta segurança e dignidade aos moradores.

Mário Porto, morador da região conhecida como “cidade da Barra”, também manifestou apoio à comunidade. “Na minha casa, recebo correio, gás e remédios normalmente. A poucos metros dali, os vizinhos não conseguem nada. É revoltante ver idosos carregando botijões de gás porque não têm alternativa”, relatou.
Ao final, o vereador João Cobalchini destacou os próximos passos. “A Câmara estuda uma proposta legislativa para permitir o tráfego controlado de motos de serviço, com regras claras para evitar abusos, mas garantindo o atendimento às necessidades da população”, afirmou.

“O Código de Trânsito é importante, mas mais importante ainda é garantir a dignidade e a vida de quem mora na Prainha”, acrescentou Cobalchini. “Não se trata de transformar a ponte em via comum, mas de assegurar que serviços essenciais cheguem à comunidade. A audiência cumpriu seu papel ao ouvir os moradores e buscar soluções com base na realidade local.”

Agora, a expectativa é que o Legislativo avance na regulamentação do acesso, conciliando a segurança jurídica com as necessidades urgentes dos moradores. Caso aprovada, a proposta deve estabelecer critérios específicos para o tráfego de motos, como horários restritos e fiscalização, enquanto se busca uma solução definitiva para a infraestrutura da região.

Por: TV Portal Grande Floripa

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