Quatro pessoas forma indiciadas por associação criminosa, entre outros delitos, três delas, segundo a Polícia Civil de Santa Catarina, tem funções no Sintrasen – Sindicato nega as acusações

A Polícia Civil de Santa Catarina divulgou nesta segunda-feira, 9, os resultados do inquérito policial sobre o incêndio a um caminhão de coleta de resíduos, ocorrido no dia 12 de março, no bairro Jurerê Internacional, em Florianópolis.
Em entrevista coletiva, na sede da Delegacia-Geral da PCSC, o delegado-geral, Ulisses Gabriel, destacou o trabalho realizado pela equipe da 7ª DP, sob o comando do delegado Verdi Furlanetto. “Em função da complexidade do fato, a apuração exigiu um trabalho técnico e imparcial pautado nas mais modernas técnicas de investigação”, disse Ulisses, ao elogiar o desempenho da equipe da 7ª DP em conjunto com PMSC, Bombeiro Militar, Polícia Científica e Guarda Municipal de Florianópolis.
O titular da 7ª DP, delegado Verdi Furlanetto, responsável pela investigação, destacou que o inquérito é composto por 850 páginas, dado o nível de detalhamento dos fatos. O delegado Verdi fez uma linha do tempo para mostrar a cronologia dos fatos e as imagens levantadas para compor a investigação.
Dos quatro indiciados, um foi porque fez o mapeamento do local – identificando a rota e o horário da passagem do caminhão e, após o crime, filmou o caminhão em chamas e inseriu o vídeo no grupo de um sindicato. Uma segunda pessoa foi indiciada por ter cedido um carro locado pelo sindicato para o executor do crime; no seu depoimento ela não soube dizer para quem entregou chave do referido veículo; um terceiro indiciado foi identificado como um dos autores do incêndio ao caminhão, mas negou que tenha participado. Uma quarta pessoa também foi indiciada mesmo não participando diretamente da ação, mas porque pegou o carro locado, usado para o cometimento do crime, e devolveu na manhã seguinte aos fatos para a locadora. Ele também não soube dizer quem lhe deu a chave do veículo. Um quinto envolvido, que ameaçou as vítimas e ajudou a atear fogo no caminhão, não foi identificado até o momento.
Participaram da coletiva o secretário de Estado da Segurança Pública, Coronel Flavio Graff; Comandante do 1º Comando Regional da PMSC, Coronel Dante da Costa Chierighini; Diretor de Segurança Contra Incêndio do Corpo de Bombeiros Militar, Tenente Coronel Willian Fazzioni, Chefe de Gabinete da Polícia Científica, perito criminal Henrique Brunel; Diretor de Polícia da Grande Florianópolis, delegado Pedro Mendes Secretário Municipal de Segurança de Florianópolis, Coronel Araújo Gomes.
Sindicato nega as acusações
No fim da tarde dessa segunda-feira o Sintrasem convidou jornalistas e veículos de comunicação para uma coletiva de imprensa com a direção do sindicato ma sede da entidade no centro de Florianópolis , que tinha por finalidade “tratar da conclusão do inquérito da Polícia Civil”.
A reportagem da TV Portal Grande Floripa publica a baixo o texto quen foi extraído do Instagram do Sintrasen rebatendo as afirmações dos investigadores da Polícia Civil catarinense que apontam participação de integrantes do sindicato no incêndio do ônibus em Jurerê.
Abaixo Nota na íntegra
A direção do Sintrasem foi surpreendida nesta segunda-feira (9) com a farsa orquestrada a partir do inquérito que busca apurar as circunstâncias do incêndio do caminhão de lixo da empresa terceirizada, no dia 12 de março – primeiro dia de greve unificada da PMF e Comcap.
Em entrevista coletiva hoje, às 14h, no auditório da Delegacia-Geral, a Polícia Civil de Santa Catarina apontou para o indiciamento de pessoas ligadas ao sindicato.
Apesar da conclusão do inquérito, não há nada além de uma coleção de ilações e suspeitas frágeis. E, pior: com elementos que beiram o absurdo e que serão devidamente desmontados nas nossas defesas.
Por que somente agora, a menos de 30 dias do primeiro turno das eleições, é apresentado o relatório sobre o fato ocorrido há seis meses?
Para o Sintrasem, trata-se de um objetivo claro de interferir no processo eleitoral, tentando criminalizar trabalhadores que lutam no sindicato contra a política de terceirizações e os desmandos de governos.
A direção do Sintrasem colaborou com as investigações desde o início. Foram entregues à polícia registros de câmeras e aparelhos celulares.
Como não temos nenhum vínculo com o fato, nada foi encontrado – e nem será – que pudesse criminalizar nossa entidade.
Todos conhecem os métodos de luta que usamos há mais de 35 anos: mobilizações de rua e greves na defesa da democracia, dos direitos dos trabalhadores e de um serviço público de qualidade para população e contra qualquer tipo de coação ou assédio a qualquer trabalhador, inclusive terceirizados.
Enfrentaremos mais esta batalha com a firmeza e a tranquilidade que sempre fizemos – pois não cometemos crime algum.
Por: TV Portal Grande Floripa
Participe do nosso Grupo de whatsapp da TV Portal Grande Floripa clique aqui
A TVPGF reforça o compromisso com o jornalismo isento, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar