Manifestação nesse sábado pretende chamar a atenção já que moradores acreditam que região não comporta os impactos do brusco aumento populacional previsto em revisão do atual Plano Diretor da cidade.
O Plano Diretor vigente da cidade de Florianópolis foi enviado pelo executivo para revisão em 2022 ao legislativo.
A tramitação iniciou na Câmara Municipal de Vereadores ainda naquele ano quando ocorreu a primeira votação. A revisão aprovada em segundo turno em março de 2023 ainda suscita interrogações e desconfianças quando a sua eficácia em garantir a qualidade ambiental aliada ao crescimento populacional.
Ainda em 2023 o Prefeito Topázio Neto (PSD) sancionou a lei que a época durante o trâmite na casa parlamentar municipal já havia sofrido um embargo da justiça que depois, por meio de liminar impetrada pela prefeitura, liberou a votação.
Por 19 votos a favor e 4 contrários o projeto de lei complementar n° 1911/2022, que tratava da revisão, foi aprovado em segundo turno em março de 2023.
Tentativa de obstruir a votação
Em uma ação civil pública a Ufeco (União Florianopolitana das Entidades Comunitárias), tentou impedir a votação.
A tentativa era baseada no impacto que o aumento de unidades habitacionais, com maior número de andares dos edifícios como prevê o Plano Diretor vigente, poderia causar na cidade, sobretudo no abastecimento de água, tratamento de esgoto e mobilidade urbana.
O juiz Marcelo Krás Borges, da 6ª Vara da Justiça Federal, ignorou a tese da Efeco e extinguiu o processo liberando para votação poucas horas antes da sessão iniciar.
Mesmo com o espaço para o público tomado por manifestantes os vereadores em sua maioria aprovaram a revisão proposta pela prefeitura que precisava de 16 votos favoráveis e alcançou 19.
Áreas de Desenvolvimento Incentivado (ADI)
Com a revisão foram criadas as Áreas de Desenvolvimento Incentivado (ADI). Nos site a prefeitura explica na pagina oficial que a ADI “têm como objetivo promover o desenvolvimento equilibrado das centralidades urbanas locais, de modo a diminuir a necessidade de deslocamentos pendulares da população em busca de serviços e atividades e a induzir o desenvolvimento orientado ao transporte”.
Mas é justamente por achar que falta nessa revisão o “desenvolvimento equilibrado” é que um grupo de moradores do Distrito do Pântano do Sul, comunidade tradicional de Florianópolis, tem se reunido para debater o problema e buscar soluções. Os moradores e simpatizantes a causa querem impedir que a previsão de edifícios com até sete pavimentos se concretize como prevê a revisão do Plano Diretor em vigor.
Eles temem que o aumento populacional e sem planejamento impacte na qualidade de vida de quem mora na região.
Ainda questionam a ADI no Sul de Florianópolis, região “que nem tratamento de esgoto sanitário tem e que retira água da Lagoa do Peri para consumo humano para 150 mil moradores da Ilha”.
Para concentrar informações e ações uma pagina no Instagram foi criada com o nome de Fórum Popular do Distrito do Pântano do Sul.
Um abaixo assinado online também está colhendo assinaturas para impedir a construção de um edifício de sete pavimentos. O projeto para construção prevê a obra na Rua Hermes Guedes da Fonseca, na Praia da Armação, com aproximadamente 82 apartamentos, segundo o texto do abaixo assinado.
O documento aponta que “o esgoto gerado deverá ser lançado no Rio Sangradouro já que a prefeitura através da Vigilância Sanitária liberou o lançamento de efluentes de esgoto no curso de água”.
Manifestação
Nesse sábado (7/6) às 15h acontece um ato intitulado “ Salve a Armação, 7 pavimentos Aqui Não”, organizado pelo Fórum Popular do Distrito do Pântano do Sul e parceiros. A Concentração está marcada na Rua Hermes Guedes da Fonseca, 555. (Armação do Pântano do Sul).
Segundo uma das representantes do Fórum, Graziela Guzzi, a iniciativa da criação do grupo em 2023 surgiu da necessidade de serem ouvidos enquanto comunidade depois da aprovação da revisão do Plano Diretor e mais ainda quando os moradores descobriram que um edifício de sete pavimentos seria construido no Distrito do Pântano do Sul.
“A Comunidade nunca foi consultada para discutir o desenvolvimento no Sul da Ilha. Não somos contra o desenvolvimento da comunidade, mas queremos que esse crescimento seja sustentável e com devido planejamento. Precisamos sair dessa cultura que primeiro destrói para depois consertar. Nesse caso os danos aqui serão irreversíveis”, disse Graziela.
Serviço:
Ato: Salve a Armação, 7 Pavimentos Aqui Não
Quando: Sábado 7/6 de 2025
Onde: Rua Hermes Guedes da Fonseca, 555. (Armação do Pântano do Sul)
Horário: 15h
Contato: Whatsapp 48 99912 9762.
Por: TV Portal Grande Floripa
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