Ex-diretores do Procon Estadual trocam acusações que incluem assédio e desvio de dinheiro no órgão

O ex-diretor do Procon Estadual, Roberto Salum, que foi exonerado das funções no último sábado (30) depois que uma funcionária do órgão o acusou de assédio, se defendeu por meio de um vídeo que a TV Portal Grande Floripa teve acesso e foi o primeiro veículo a divulgar no estado (Veja aqui). 

No material, que é dividido em partes, Salum começa dizendo que foi pego de surpresa das acusações de ter beijado a força uma funcionária, que segundo apuramos, terceirizada do Procon.  

“Fiquei quatro dias amargando uma tristeza, uma armação que eu vou esperar a hora na frente do juiz para provar essa grande farsa”. 

Armação em Represália a Auditoria  

O ex-diretor do Procon continua o vídeo dizendo que “como homem correto” pediu uma auditoria e que seu resultado “foi um rombo quilométrico”. Disse que não pediu auditoria para apurar casos específicos, mas sim pela gerência do órgão já que assinava documentos. 

Mostrando uma pilha de documentos, que seriam 368 Termos de Compromisso e que não tiveram aval do Ministério Público., Salum cita o ex-diretor do Procon Estadual Tiago Silva. Que ficou no cargo entre 2019 e 2022.  

Segundo a denúncia de Salum, Tiago teria desviado dezoito milhões e quatrocentos mil reais em verbas destinadas ao Fundo de Reapalheramento de Bens Lesados (FLB) que é gerido pelo Ministério Público estadual (MPE).  

Denúncia foi levada ao MPE e Procuradoria do Estado antes da acusação de assédio vir à tona 

“A minha vida virou um inferno, mas eu não estava sozinho eu levei ao conhecimento sim… Levei conhecimento do Promotor, que eu respeito, tenho um carinho enorme, Dr Tramontim”. Salum continua dizendo que a notícia fato foi levada as autoridades no dia 20 de fevereiro, com ele apenas 15 dias no cargo. 

Em 30 dias 15 denúncias contra Salum foram protocoladas 

O número de denúncias, logo após a auditória ser instaurada, foram se somando e chegaram ao total de 15. Para Roberto Salum isso é a prova de que uma armação estava sendo feita e “acusação de assédio faz parte de uma trama maior”, diz o texto do vídeo.  

“Se você quer arrebentar a vida de alguém faz assim. Faz uma denúncia vazia, qualquer uma. Para entrar um monte de armação. Armaram na ouvidoria. Fizeram 15 reclamações que deram a impressão de que eram 15 assédios. Eu tive que aguentar 4 dias nessa sangria. Quatro dias eu fiquei sofrendo porque tinha mais 15 problemas”, disse. Ele continua dizendo que destes processos na ouvidoria eram porque ele apreendeu dois computadores, “para investigação que fazia” e outros porque colocava a arma na cadeira de trabalho.  

Salum também questionou o fato de a denúncia só ser feita a Polícia Civil depois de 13 dias. “Ou ela foi pegar apoio de alguém para combinar”, insinuou.  

Denuncia aponta para mais pessoas 

Além de Tiago Silva, Salum acusa outros integrantes do Procon Estadual de participarem do suposto esquema. Ele pede ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – GAECO e o Tribunal de Contas. para investigar o suposto desvio de verbas do órgão do que chamou de “Quadrilha organizada”.  

Defesa de assédio 

“Assédio nunca foi vocábulo da minha vida. Nunca. Cinquenta e cinco anos de imprensa. Nuca teve isso. O que tem é armação”. Ele diz que está confiante na justiça e que vai provar o que chamou de “farsa”. “Tudo isso para tentar me derrubar. Para perder o controle do rombo que tá aqui (mostrando os documentos). Salum desafia as autoridades a provar que ele está mentindo.  

No último trecho do vídeo Salum continua as críticas pessoais a Tiago Silva fazendo elações com o ex-chefe da Casa Civil do Governo Carlos Moises, Douglas Borba, que segundo Roberto Salum seria padrinho de Tiago no cargo quando ele deixou a Câmara de Vereadores para ser Diretor do Procon Estadual.  

Falando da filha, Salum disse que nunca se vendeu e não é agora depois de 55 anos que ele faria isso. 

Nota de Tiago Silva 

Logo depois da TV Portal Grande Floripa divulgar o vídeo em primeira mão, Tiago Silva se manifestou remetendo a nossa redação por meio de WhatsApp uma nota que abaixo transcrevemos na íntegra: 

NOTA À IMPRENSA 

Na manhã desta quarta-feira (3/4), fui surpreendido por um vídeo em que o ex-diretor do PROCON/SC, recentemente exonerado pelo governador Jorginho Mello em razão de graves acusações de assédio contra uma mulher, lança um ataque covarde à minha imagem e à minha honra, proferindo afirmações absurdas e totalmente descoladas da realidade. 

A “estratégia” é tentar desviar o foco das graves denúncias das quais é alvo, subestimando a inteligência da sociedade e, sobretudo, dos profissionais de imprensa. 

Por: Beto Motta

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