Vítima foi asfixiada no bairro Ingleses na Capital em janeiro de 2024.

O Conselho de Sentença da Vara do Tribunal do Júri da comarca da Capital condenou na terça-feira (8/7) dois homens e uma mulher pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.

O trio foi sentenciado a penas que, somadas, ultrapassam 31 anos de prisão. Todos tiveram os pedidos de recorrer em liberdade negados pelo magistrado. O trio, aliás, aguardou julgamento em cumprimento de prisão preventiva.

A denúncia do Ministério Público sustenta que o assassinato foi cometido porque os réus, envolvidos no tráfico e consumo de drogas, deviam dinheiro à vítima, que comandava a quadrilha na distribuição e comercialização de drogas – cocaína e opioides sintéticos, como fentanil e tramadol.

A dívida estava em R$ 22,8 mil, contraída pelo grupo durante dois meses em que o “chefe” passou preso e eles controlaram o negócio. Além de consumirem parte da mercadoria, eles também vendiam e ficavam com o dinheiro para si, conforme dados resgatados em conversas por WhatsApp dos envolvidos. 

Segundo a denúncia, no dia 25 de janeiro de 2024, por volta das 15 horas, no interior de uma residência na rua Graciliano Manoel Gomes, bairro Ingleses, em Florianópolis, o cabeça do grupo foi asfixiado até a morte. Um dos condenados atraiu a vítima para a casa do outro réu, sob o pretexto de apresentar uma suíte para aluguel. Ao chegar ao local, a vítima foi presa a uma cadeira e sufocada com um travesseiro. Boa parte do crime foi gravado por um dos presentes em seu celular. No dia seguinte, embrulhado em um cobertor amarrado com fios de luz, o corpo foi transportado de carro até as proximidades da servidão Beija-Flor, no bairro Vargem Grande, onde foi escondido em meio à vegetação.

Em 6 de fevereiro, oito dias após o crime, um morador da região ficou incomodado com o forte odor que chegava até sua casa e foi averiguar na mata. Ele localizou o corpo da vítima e acionou a polícia. O fato de o corpo estar com uma tornozeleira eletrônica, ainda que já sem bateria, facilitou sua identificação inicial, depois complementada pelas perícias técnicas.

A mulher, de 30 anos, que ajudou a planejar o crime e segurou os pés da vítima durante o homicídio, foi condenada a 13 anos de prisão em regime fechado. Já o homem, de 26 anos, que arquitetou o homicídio e usou o travesseiro para matar a vítima, foi sentenciado igualmente a 13 anos de prisão em regime fechado. O segundo homem, de 25 anos, que atraiu a vítima até a casa e tirou fotos do sufocamento, foi condenado a cinco anos e dois meses em regime semiaberto. Cada um dos réus terá de pagar o equivalente a 1/3 do salário mínimo.

“A condenação hoje afirmada e a consequente manutenção da prisão são, segundo estimo, uma resposta do Estado que pode, ainda que mínima e tardiamente, consolar o coração dos parentes e amigos da vítima com a afirmação implícita pelo resultado deste julgamento de que o crime não foi tocado pela impunidade. Por isso, a soltura dos réus depois de condenados seria medida diametralmente oposta daquela que se espera seja tomada contra aqueles que atentaram contra a vida da vítima”, anotou o magistrado sentenciante (5061991-37.2024.8.24.0023). 

Por: TV Portal Grande Floripa

Participe do nosso Grupo de whatsapp da TV Portal Grande Floripa clique aqui

A TVPGF reforça o compromisso com o jornalismo isento, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *